Detecção de respostas de anticorpos contra antígenos proteicos de Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis em crianças com pneumonia - Tese de Doutorado

Português, Brasil
Pneumonia está entre as principais causas de mortalidade infantil no mundo. Patógenos 
bacterianos são importantes agentes causadores dessa doença e a identificação da 
infecção bacteriana é crucial no manejo da pneumonia. O diagnóstico de pneumonia 
bacteriana em crianças é desafiador e testes sorológicos tem desempenhado um papel 
importante na identificação de infecção bacteriana em estudos epidemiológicos de 
pneumonia na infância. Apesar de amplamente utilizados, esses testes não estão 
completamente validados e existem fatores relacionados à imunidade da criança e ao 
próprio teste sorológico que necessitam de maior esclarecimento.  
Nós avaliamos se a combinação de diferentes números de antígenos pneumocócicos no 
teste sorológico, o nível preexistente de anticorpos, o intervalo entre as amostras, a idade 
ou a duração da doença influenciam a detecção da resposta de anticorpos contra antígenos 
proteicos de Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis 
em crianças com pneumonia. Nós encontramos que testes sorológicos utilizando 
combinações de diferentes proteínas pneumocócicas detectam uma frequência maior de 
resposta de anticorpos contra S. pneumoniae comparado com testes que utilizam uma 
única proteína pneumocócica. Nós também achamos que o nível de anticorpos 
preexistentes e o intervalo entre as amostras influenciam a detecção de resposta de 
anticorpos contra proteínas de pneumococo e H. influenzae por testes sorológicos. 
Nós investigamos o desenvolvimento natural de anticorpos contra proteínas de S. 
pneumoniae, H. influenzae e M. catarrhalis nos primeiros 13 anos de vida de crianças 
sadias. Nós demonstramos que a maturação das respostas imunes contra diferentes 
antígenos proteicos compartilham semelhanças, especialmente entre CbpA, PcpA e PhtD. 
Também foi mostrado que a produção de anticorpos contra proteínas de H. influenzae e
M. catarrhalis começam precocemente e atingem níveis de pico em idade menor que a 
produção de anticorpos contra proteínas pneumocócicas.  
Nós avaliamos a distribuição sazonal e a associação de fatores meteorológicos com a 
frequência de infecção causada por S. pneumoniae, H. influenzae e M. catarrhalis em 
crianças com pneumonia em uma região tropical. Demonstramos que a pneumonia 
causada por M. catarrhalis é mais frequente durante o outono-inverno e que a frequencia 
de pneumonia por M. catarrhalis é positivamente associada com humidade relativa do ar 
e negativamente associada com temperatura do ar e irradiação solar.  
Finalmente, comparamos os resultados de testes sorológicos utilizando proteínas 
pneumocócicas, polissacarídeo-C e polissacarídeos capsulares na investigação de 
infecção pneumocócica em crianças hospitalizadas com pneumonia. Nós demonstramos 
que testes sorológicos utilizando proteínas pneumocócicas são mais sensíveis para a 
detecção de infecção pneumocócica do que testes utilizando polissacarídeos 
pneumocócicos.  
Concluindo, testes sorológicos utilizando antígenos proteicos são métodos diagnósticos 
adequados para a investigação de infecção causa por S. pneumoniae, H. influenzae ou M. 
catarrhalis em crianças com pneumonia.   
Palavras-chave: 
1. Pneumonia 2. Sorologia 3. Streptococcus pneumoniae 4. Infecção bacteriana.
Banca examinadora: 
Prof. Dr. Edgar Carvalho - Doutor em Medicina e Saúde – UFBA/ UFBA (Presidente), Prof. Dr. Eduardo Martins Netto - Doutor em Medicina e Saúde – UFBA/ UFBA, Prof. Dr. Paulo Novis Rocha - Doutor em Medicina e Saúde – UFBA/ UFBA, Prof. Dr. Ricardo Queiroz Gurgel - Doutor em Saúde da Criança e do Adolescente-USP/ Universidade Federal de Sergipe-UFS, Profa. Dra. Helena Kayhty – Doutora em Microbiologia - National Public Health Institute (NPHIs)
Ano de publicação: 
2017