Diagnóstico de agentes bacterianos de infecção respiratória em crianças (Diagnosis of bacterial agents of respiratory infections in children)

Português, Brasil
Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é uma das Infecções Respiratórias Agudas 
mais comuns na infância, apresentando altas taxas de morbi-mortalidade. Nós realizamos 
uma análise abrangente de fatores associados ao diagnóstico de infecção por 
Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis em crianças 
com PAC. Inicialmente, validamos um teste sorológico em multiplex com oito antígenos 
protéicos de S. pneumoniae (Ply, CbpA, PspA 1 e 2, PcpA, PhtD, StkP e PcsB) usando 
controles positivos e negativos. Este teste sorológico foi altamente sensível e específico 
para o diagnóstico de doença pneumocócica invasiva, e um aumento ≥ 2 vezes no nível 
basal de anticorpos foi um ponto de corte adequado para diagnóstico utilizando todas as 
proteínas testadas. Em seguida, desenvolvemos um teste de avidez utilizando proteínas 
pneumocócicas, o qual foi capaz de diferenciar com segurança crianças com e sem 
doença pneumocócica. Avaliamos também o papel do raio-X de tórax como um teste 
diagnóstico clínico para crianças com PAC que tiveram amostras sorológicas testadas 
para infecção por S. pneumoniae, H. influenzae ou M. catarrhalis. Crianças com 
pneumonia radiologicamente confirmada apresentaram maior taxa de infecção por S. 
pneumoniae quando comparadas com crianças com raio-X de tórax normal. Além disso, a 
presença de raio-X de tórax normal apresentou alto valor preditivo negativo para o 
diagnóstico de infecção por S. pneumoniae. O efeito do uso de vacina anti-pneumocócica 
em dados sorológicos também foi avaliado. Não foram encontradas diferenças na taxa de 
resposta sorológica a S. pneumoniae, H. influenzae ou M. catarrhalis em crianças que 
receberam ou não a vacina pneumocócica conjugada 10-valente (PCV10). No entanto, 
crianças vacinadas apresentaram níveis mais baixos de IgG contra antígenos protéicos de 
S. pneumoniae que crianças não vacinadas. 
Em seguida, avaliamos o papel de S. pneumoniae, H. influenzae e M. catarrhalis como 
colonizadores nasofaríngeos, um passo fundamental para o desenvolvimento de doença 
invasiva. Não encontramos associação entre colonização nasofaríngea e detecção de 
resposta sorológica contra essas bactérias. Ao avaliar o efeito do uso de PCV10 na flora 
nasofaríngea, percebemos que crianças vacinadas apresentam menor taxa metabólica do 
S. pneumoniae que crianças não vacinadas. Por fim, não foi encontrada diferença nas 
taxas de colonização pelas bactérias avaliadas. 

 

Palavras-chave: 
1.Pneumonia adquirida na comunidade 2. Colonização; 3. Sorologia 4.Streptococcus pneumoniae
Banca examinadora: 
Prof. Dr. Manoel Barral Netto - Doutor em Patologia Humana – UFBA/ FIOCRUZ (Presidente); Prof. Dr. Eduardo Sahade Darzé - Doutor em Medicina e Saúde – UFBA/ Cárdio Pulmonar; Prof. Dr. Bruno de Bezerril Andrade - Doutor em Patologia Humana – UFBA/ FIOCRUZ; Prof. Dr. Marco Aurélio Palazzi Sáfadi - Doutor em Ciências da Saúde - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo-FCMSCSP/ FCMSCSP; Profa. Dra. Helena Kayhty – Doutora em Microbiologia - National Public Health Institute (NPHIs)
Ano de publicação: 
2017