Prevalência de Hipovitaminose D na Leishmaniose Tegumentar Americana Causada pela Leishmania braziliensis e Correlação com o Estadiamento da Doença na Forma Mucosa - Dissertação de Mestrado 2020

Português, Brasil

A leishmaniose tegumentar americana é uma doença infecciosa de pele e mucosas causada por protozoários do gênero Leishmania. A leishmaniose mucosa se caracteriza imunologicamente pelas respostas celulares exageradas. O papel da vitamina D na saúde humana vem ganhando importância nas últimas décadas devido às ações em diversos sistemas, inclusive no sistema imune. Não há, até o presente momento, estudos correlacionando vitamina D à infecção humana por Leishmania braziliensis. Objetivos: 1) Comparar a concentração sérica de vitamina D e a prevalência de hipovitaminose D em pacientes com leishmaniose mucosa e cutânea causada por Leishmania braziliensis e em indivíduos sadios residentes em uma área endêmica na Bahia; 2) Correlacionar os níveis séricos de vitamina D com o estadiamento e com a resposta terapêutica da leishmaniose mucosa. Métodos: Estudo de corte transversal com 90 pacientes (3 grupos de 30 pacientes cada) do Centro de Referência Prof. Dr. Jackson Costa em Corte de Pedra- BA. Os pacientes com leishmaniose mucosa foram incluídos de novembro de 2017 a maio de 2019 e submetidos a um seguimento numa coorte para observar o desfecho cura. Os pacientes com leishmaniose cutânea foram pareados por sexo e idade +-5 anos, e os sadios, por idade +-5 anos. Hipovitaminose D foi definida como nível sérico de 25(OH)D <30 ng/mL. Resultados: A concentração sérica de vitamina D foi de 37,51+-11,07 ng/mL no grupo de leishmaniose mucosa, 39,51+-12,09 ng/mL no grupo de leishmaniose cutânea e 37,54+-10,42 ng/mL no grupo de pacientes sadios. A prevalência de hipovitaminose D encontrada foi de 26,7%, 20% e 20%, respectivamente. Não houve diferença estatisticamente significante entre os três grupos. A prevalência de hipovitaminose D entre os 90 pacientes da área endêmica foi de 22,22%. Não foi encontrada correlação entre a concentração sérica de vitamina D e o estadiamento da doença na forma mucosa nem com o tempo de cura das lesões. Conclusão: os níveis séricos de vitamina D não se correlacionam à expressão ou gravidade da leishmaniose tegumentar americana.

Docente Orientador: 
Palavras-chave: 
1. Leishmaniose; 2. Vitamina D; 3. Leishmaniose mucocutânea
Banca examinadora: 
Marcus Miranda Lessa (Presidente/orientador) Edgar Marcelino de Carvalho Filho Clara Mônica Figueredo de Lima Luiz Henrique Santos Guimarães (Suplente)
Ano de publicação: 
2020