O câncer pancreático é uma das neoplasias mais agressivas, associada a altos índices de mortalidade e comprometimento imunológico significativo, agravado pelo microambiente tumoral imunossupressor e inflamação sistêmica. A imunonutrição, que combina nutrientes imunomoduladores como arginina, ácidos graxos ômega-3 e nucleotídeos, tem emergido como uma estratégia promissora no período perioperatório. Este estudo realizou uma revisão sistemática e meta-análise para avaliar o impacto da imunonutrição na resposta imunológica e inflamatória em pacientes com câncer pancreático submetidos a cirurgia. Foram incluídos cinco ensaios clínicos randomizados, identificados em 5 diferentes bases de referências, totalizando 157 pacientes. A meta-análise indicou uma redução de 29% no risco de complicações infecciosas no grupo que recebeu imunonutrição (RR = 0,71; IC95%: 0,50–1,02; p = 0,06), embora sem significância estatística. Não foi observado impacto relevante nos níveis de IL-1 (diferença média = -0,06; IC95%: -15,58 a 15,47; p = 0,99), com alta heterogeneidade entre os estudos (I² = 71%). Estudos isolados relataram melhorias imunológicas, como aumento na razão CD4/CD8 e redução de marcadores inflamatórios, sugerindo benefícios potenciais. No entanto, a variabilidade nas formulações nutricionais e o tamanho amostral reduzido limitam a generalização dos resultados. Conclui-se que a imunonutrição perioperatória é uma abordagem promissora, mas a evidência atual é limitada por heterogeneidade metodológica e risco de viés. São necessários estudos de maior rigor metodológico e amostras representativas para padronizar formulações e confirmar os benefícios clínicos desta intervenção no manejo do câncer pancreático.