Atividades de Extensão
Um dos pontos fortes do PPgCS é sua inserção social, por meio de atividades assistenciais e de extensão na comunidade (todas publicadas na página web do PPgCS sob o ícone Atividades de Extensão), desenvolvida sistematicamente por 18 (90%) dos 20 docentes permanentes e 1 docente colaborador.
A descrição das ações que demonstram a integração do PPgCS com o Sistema Único de Saúde, por intermédio de projetos de extensão e pesquisa, segue abaixo:
Profs. Edgar M. Carvalho, Lucas P. de Carvalho, Maria Olívia Bacellar, Paulo R. Machado, Nicolaus Albert Schriefer, Léa Castelucci, Argemiro D´Oliveira Júnior e Marcus M. Lessa (8 docentes):
Corte de Pedra
Pesquisadores do Serviço de Imunologia do Complexo Hospitalar Universitário Prof Edgard Santos, sendo a maioria deles professores do PPgCS como, Paulo R. Machado, Olívia Bacellar, Albert Schriefer, Léa Castelucci, Lucas Pedreira de Carvalho, Marcus Lessa, Argemiro D´Oliveira Junior e Edgar Marcelino de Carvalho administram e desenvolvem atividades de ensino, assistência e pesquisa no posto de saúde Dr Jackson Lemos Costa, situado na vila de Corte de Pedra, município de Tancredo Neves no sudeste da Bahia. Este posto é um Centro de Referência para o diagnóstico e tratamento da leishmaniose tegumentar onde anualmente são atendidos mais de 1200 casos das diversas formas clínicas da doença. Existe uma forte relação entre o PPgCS e o Posto de Saúde de Corte de Pedra, onde atuaram, em 2015, 12 doutorandos do Programa (Augusto Marcelino de Carvalho, Pedro Paulo Carneiro, Lucas Frederico de Almeida, Graça Brito, Clara Figueredo Lima, Rúbia Costa, Tais Menezes Campos, Aline Muniz, Geovana Berghene, Carolina Cincurá, Juliana Almeida, Viviane Magalhães) e 1 mestrando (Michael Macedo) desenvolvendo suas teses ou dissertação no referido posto.
O posto tem 7 consultórios para atendimento com participação de infectologistas, clínicos, dermatologistas, patologista e otorrinolaringologistas. Além de ser prestada assistência à população, é realizado no referido posto o diagnóstico da doença por métodos parasitológico (cultura), histopatológico e técnica de biologia molecular (reação de polimerase em cadeia) e do teste de hipersensibilidade tardia. Alunos de graduação da Faculdade de Medicina da Bahia também participam das atividades de pesquisa e aprendem sobre a doença no referido Centro. Adicionalmente, são ministradas conferências e cursos para a comunidade, de forma regular e periódica, explicando não só sobre os meios de transmissão e controle, como também, as formas clínicas e a importância da aderência ao tratamento, o que caracteriza uma ação de educação em saúde.
Um outro serviço de extensão estabelecido é a assistência a pacientes no ambulatório de HTLV-1. O vírus linfotrópico das células T humanas tipo 1 (HTLV-1) tem elevada prevalência na Bahia onde a infecção é detectada em 1,35% da população de Salvador. Este vírus foi descrito em 1980 e como tal, pouco é conhecido da sua história natural. Com a finalidade de prestar assistência a indivíduos infectados pelo HTLV-1, professores do PPgCS (Edgar Marcelino de Carvalho e Paulo Machado), juntamente com médicos voluntários e estudantes de pós-graduação criaram o Ambulatório Multidisciplinar de HTLV-1 do Hospital Universitário Prof. Edgard Santos. Este ambulatório acompanha, no momento, cerca de 500 indivíduos infectados por este vírus sendo a maioria proveniente de bancos de sangue ou encaminhados por clínicas de Neurologia e Infectologia. Em adição a prestar assistência clínica, atividades de pesquisa são desenvolvidas principalmente em 4 temas:
1) História natural da infecção pelo HTLV-1;
2)Associação entre HTLV1 e tuberculose;
3)Papel da resposta imune, de fatores virais e helmintíase na expressão da doença associada ao HTLV-1;
4)Influência do HTLV-1 na resposta imune a outros patógenos.
Profs. Aldina Barral, Camila Indiani de Oliveira, Cláudia Ida Brosdyn, Manoel Barral-Netto (4 docentes):
O desenvolvimento da pesquisa clínica é um dos gargalos atuais da pesquisa em saúde no Brasil. A Diretoria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (DECIT) tem empreendido esforços para o avanço da área, que consta da prioridade da agenda de política de pesquisa em saúde. Nesse contexto, desde o ano de 2001, um grupo de pesquisadores do laboratório de imunoparasitologia (LIP) (Profs. Aldina Barral, Camila Indiani de Oliveira, Cláudia Brodskyn, Manoel Barral-Netto), vem trabalhando em pesquisas de diagnóstico, e aspectos da epidemiologia clinica de doenças endêmicas na região do Vale de Jiquiriçá, área rural no estado da Bahia. No ano de 2007, foi estruturado um serviço de atendimento médico que facilitou o cadastro, e acompanhamento de pacientes portadores de alguns agravos importantes na região. Tal estrutura foi construída pelo Município de Jiquiriça, e cedida ao grupo de pesquisadores. A mesma encontra-se funcionando desde então, fruto de uma parceria entre os pesquisadores, a Secretaria Municipal de Saúde do Município de Jiquiriça, e o Governo do Estado da Bahia/SESAB.
O local está equipado para trabalhar com as doenças de maior prevalência na região como a leishmaniose tegumentar (LT); hanseníase; doenças sexualmente transmissíveis (DST), síndrome de imunodeficiência adquiria (SIDA/AIDS); esquistossomose mansônica, e as co-infecções entre estas enfermidades. A meta é que a Unidade também desenvolva atividades relacionadas à educação em saúde, e sirva de suporte para projetos de pesquisa de interesse para a região. Esta atividade permite associar laboratório e campo. A Unidade foi inaugurada em julho de 2007, e os projetos desenvolvidos na região contam com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), Ministério da Saúde (SVS) e Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). Em todos os projetos que vem sendo desenvolvidos, além da coleta de dados para investigação, são realizadas ações assistenciais e educativas, caracterizando assim uma importante atividade de extensão do grupo de pesquisadores em uma área rural do estado da Bahia. Essa estrutura também recebe alunos de graduação de pós-graduação do PPgCS para ações relacionadas a pesquisa e a extensão.
Prof. Álvaro Augusto Cruz (1 docente)
O Professor Álvaro A. Cruz é membro do Conselho Diretor da Iniciativa Global contra a Asma (GINA) e da Iniciativa Rinite Alérgica e seu Impacto na Asma (Iniciativa ARIA) desde 2009, duas organizações internacionais devotadas a publicação de estratégias baseadas em evidências para a prevenção e controle de doenças respiratórias crônicas, que resultam em numerosas publicações de impacto. A GINA foi liderada na maior parte deste período pelo Prof. Eric D. Bateman, da Universidade da Cidade do Cabo (http://www.knowledgetranslation.co.za/content/staff_e_bateman.html). A Iniciativa ARIA é liderada pelo Prof. Jean Bousquet, da Universidade de Montpelier (http://www.srxa.com/bousquet.html). Ademais, o Professor Álvaro Cruz faz parte do Grupo de Planejamento da Aliança Global contra Doenças Respiratórias Crônicas (GARD) da Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2009, mais uma iniciativa que congrega lideranças mundiais e resulta em numerosas publicações em periódicos internacionais indexados e publicações da OMS (também liderada pelo Prof. Jean Bousquet). A partir dessas atuações, o Prof. Álvaro fundou o ProAR em 2002. Trata-se de programa de extensão do Departamento de Medicina da FAMEB-UFBA e reconhecido por diversas organizações nacionais e internacionais, inclusive a Organização Mundial da Saúde, cujo ambulatório central de referência e coordenação funcionam em unidade da Secretaria do Município de Salvador, oferecendo atendimento a pacientes com asma grave e incluindo a dispensação de medicamentos, gratuitamente, com atenção especial para a educação em saúde. Nessa estrutura, diversos alunos do PPgCS têm desenvolvido suas dissertações e teses, cujos resultados tem sido publicados em periódicos de impacto
Prof. Raymundo Paraná Filho (1 docente)
O Prof. Paraná coordena o programa de educação médica continuada em Hepatologia " Hepatologia do Milênio" e o Grupo de Estudos em Hepatites Virais envolvendo os centros de referencia em Hepatologia de Salvador-BA, Rio Branco-AC, Cruzeiro do Sul-AC, Porto Velho-RO. Nesse contexto, tem oferecido treinamentos dentro do Programa Nacionai de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, desde 2004, em que profissionais são treinados para atendimento de pacientes portadores de hepatites virais. Em 2011, o Prof. Paraná iniciou a implantação do Laboratotrio Rudolphe Merrieux Bahia/Acre, laboratório de pesquisa em Biologia Molecular aplicada as hepatites Virais para desenvolvimento de testes in house e formação de Recursos Humanos. Desde 1992, o Prof. Paraná coordena a capacitação de profissionais do serviço público de saúde para a realização de biópsia hepática. Também elabora textos para a população leiga com o objetivo de difundir e educar, como ocorreu com 2 textos publicados em jornais ou revistas em 2015.
O Prof. Paraná coordena o grupo de hepatites da Bahia,formado por profissionais do COM-HUPES (UFBA) e da FIOCRUZ. É o coordenador deste grupo e atua na assistência, pesquisa e extensão através de programas de educação médica. Tem estreita cooperação e supervisão dos centros de referência do interior do estado (Feira de Santana, Vitória da Conquista, Juazeiro e Ipiaú) como também dos centros de referência da Amazônia ocidental (Porto Velho, Cruzeiro de Sul-AC, Rio Branco - AC). Nesses locais, o pessoal da assistência é treinado em um modelo de assistência multidisciplinar. Atua como orientador e co-orientador de mestrado e doutorada de 06 colegas locais. Presta supervisão de casos complexos pela telemedicina e com visitas locais a cada 2 meses. Em Salvador, há os ambulatórios de hepatites no COM-HUPES na 4ª. à tarde, 5ª. à tarde e 6ª. pela manhã (pacientes transplantados). No posto médico da Liberdade (bairro de classe C na cidade de Salvador) há 02 ambulatórios para pacientes em tratamento e co-infectados HIV/ HCV com profissionais do grupo. São feitos mutirões de biópsia hepática nos finais de semana onde colegas do interior são treinados para o procedimento A ONG Grupo Vontade de Viver, coordenada pelo Prof. Paraná, é formada por pacientes tratados para hepatite C ou transplantados. Eles trabalham em parceria na divulgação educativa do tema para a comunidade, como também no aconselhamento de pacientes e familiares.
Prof. Jamary Oliveira Filho (1 docente)
O Ambulatório de Doenças Cerebrovasculares foi criado em 2004, pelo Prof. Jamary, para atender pacientes vítimas de acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico, bem como portadores de diversas malformações arteriais e venosas cerebrais. O ambulatório funciona às sextas-feiras das 13 às 19 horas, recebe pacientes do SUS encaminhados dos diversos hospitais que atendem pacientes neurológicos em todo o Estado. Cerca de 400 pacientes são acompanhados a cada momento, com atendimento de estudantes de medicina da UFBA supervisionados por dois professores do Instituto de Ciências da Saúde, Prof. Pedro Antonio Pereira de Jesus e Jamary Oliveira Filho. Além do atendimento gratuito à população, o ambulatório realiza uma série de ações sociais de extensão extra-muros, como a campanha do Dia do AVC.
Profa. Cristiana M. Nascimento de Carvalho (1 docente)
A Profa. Cristiana criou, em 2004, o ambulatório de Infectologia Pediátrica que funciona no COM-HUPES no dia de 3ª. feira, nos turnos matutino e vespertino. Nesse ambulatório, são atendidos pacientes da faixa etária pediátrica, encaminhados pela rede SUS para investigação diagnóstica e tratamento de doenças infecciosas. Atuam alunos do curso de graduação, voluntários em atividade de extensão (atividade extra-curricular), inclusive de outros países, e residentes e pós-graduando do PPgCS.
Prof. Marcus M. Lessa (1 docente que também participa do grupo liderado pelo Prof. Edgar nas ações de extensão)
O Prof. Marcus Lessa orienta a assistência a pacientes em 3 ambulatório semanais (5ª. feira pela manhã, 5ª. feira e 6ª. feira à tarde) de Otorrinolaringologia, no COM-HUPES (UFBA), e orienta/faz cirurgia otorrinolaringológica em um turno semanal (5ª. feira pela manhã), também no COM-HUPES. Além disso, a cada 2 semanas frequenta o Posto Médico de Corte de Pedra, descrito acima, para avaliar pacientes com comprometimento otorrinolaringológico por Leishmaniose Tegumentar. O Prof. Marcus é envolvido com Programas de Educação Continuada para médicos, participando na organização de eventos e dando aulas para a comunidade aberta, extra-muros da UFBA, como ocorreu em 2015, registrado na produção técnica do PPgCS.
Prof. Paulo N. Rocha (1 docente)
O Prof. Paulo N. Rocha orienta a assistência a pacientes em diálise crônica (hemodiálise sobretudo) atendidos no Serviço de Nefrologia do COM-HUPES. É professor orientador de várias Ligas Acadêmicas, como a Liga Acadêmica de Clínica Médica da Bahia – LACLIM, Liga Acadêmica de Nefrologia da Bahia – LANEB, Liga Acadêmica de Medicina Intensiva da Bahia – LAMIB. Nessas Ligas, dá aulas para alunos de graduação em medicina de diferentes instituições.
Prof. Paulo R. Machado (1 docente)
O ambulatório de hanseníase foi iniciado em 1992, coordenado pelo Prof. Parulo R. Machado. Desde então são atendidos cerca de 6 a 8 casos novos por mês, com uma média de 80 a 100 consultas mensais. Nesse ambulatório, atua uma equipe multidisciplinar onde além de médicos dermatologistas, há enfermeira, farmacêutica, fisioterapeutas e psicóloga. É considerado como Centro de Referência na Bahia para Hanseníase e manejo de Reações Hansênicas. Residentes de Dermatologia durante todo o R2 e R3, periodicamente residentes de Infectologia e regularmente estudantes de Medicina participam do ambulatório que tem, portanto, atividade assistencial, didática e de pesquisa, onde diversos projetos são desenvolvidos.
Prof. Régis A. Campos (1 docente colaborador), além do Prof. Edgar M. Carvalho já apresentado anteriormente em outra atividade de extensão
Os ambulatórios de Imunologia do COM-HUPES foram criados na década de 1980, tendo já mais de 20 anos de serviços prestados à comunidade. Nesses ambulatórios são atendidos pacientes de baixa renda com distúrbios do sistema imunológico, o que inclui as imunodeficiências primárias, sendo referência para os pacientes com estas patologias na Bahia. Os ambulatórios de Imunologia atendem também pacientes com doenças de base alérgica, a exemplo da asma, rinite alérgica, dermatite atópica e urticária, além de doenças associadas à auto-imunidade, dando suporte a outras especialidades que lidam com doenças auto-imunes órgãos-específicas e também doenças auto-imunes sistêmicas, a exemplo do lúpus eritematoso sistêmico, síndromes de vasculites e artrite reumatóide. Os ambulatórios funcionam três vezes por semana, contam com três médicos, os Professores Edgar M. Carvalho e Régis A. Campos, que atendem em média 200 pacientes por mês. No ambulatório da 3ª. feira pela manhã são atendidos, principalmente, pacientes portadores de imunodeficiências primárias, principalmente as imunodeficiências humorais, sendo esse o único ambulatório que atende imunodeficiências primárias em adultos e em crianças conjuntamente na Bahia, além de pacientes com doenças auto-imunes e em uso de imunossupressores. No ambulatório da 5ª. feira pela manhã são atendidos crianças e adultos com alergias respiratórias, cutâneas e a medicamentos. No ambulatório da 6ª. feira pela manhã, recém criado em 2012, são atendidos pacientes com urticária. Esse ambulatório destina-se ao acompanhamento de uma coorte de pacientes com urticária crônica e alguns pacientes com hipersensibilidades a analgésicos e anti-inflamatórios não hormonais. Adicionalmente, os médicos dos ambulatórios de Imunologia respondem consultas de pacientes hospitalizados no COM-HUPES com suspeita diagnóstica de distúrbios do sistema imunológico. Nesses ambulatórios, diversos alunos do PPgCS desenvolvem seus projetos na linha de pesquisa Imunologia Clínica e Alergia.
Prof. Eduardo M. Netto (1 docente)
O Prof. Eduardo fundou o ambulatório de infectologia que funciona nos turnos vespertinos de terça-feira, em 1992. Nesse ambulatório são regularmente atendidos, em média, 18 pacientes por semana sendo referência para o atendimento de pacientes com tuberculose e HIV. É, ademais, referência também para o atendimento de pacientes com tuberculose em outros sítios além do pulmão e pacientes com tuberculose e comorbidades como insuficiência renal crônica e doenças com componente de imunossupressão. Em torno de 20% dos pacientes são de infectologia geral.