ACURÁCIA DO ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL NO RASTREAMENTO DA DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA EM PESSOAS COM DIABETES - Tese de Doutorado 2024.2
Português, Brasil
Introdução: A doença arterial periférica (DAP) é uma condição prevalente que, embora resulte em complicações periféricas, também se caracteriza como uma condição sistêmica, afetando a morbimortalidade cardiovascular. O índice tornozelo-braquial (ITB) é uma ferramenta que
possui boa acurácia, mas pode ter baixa sensibilidade, especialmente no rastreamento em
pessoas com diabetes, devido à ocorrência de calcificação arterial nessa população. Evidências sobre a performance do ITB em indivíduos assintomáticos com DM são limitadas e não
refletem a diversidade das populações comunitárias.
Objetivo: Avaliar a acurácia do índice tornozelo-braquial no rastreamento da doença arterial periférica em pessoas com diabetes mellitus em um contexto comunitário.
Casuística, Material e Métodos: Foi conduzido um estudo observacional de acurácia diagnóstica envolvendo indivíduos com DM em um contexto comunitário. Dados primários foram obtidos por meio de entrevistas estruturadas que incluíam informações sociodemográficas e avaliações clínicas subsequentes. O ITB foi medido, e o duplex scan foi utilizado como padrão de referência. A análise descritiva apresentou variáveis categóricas como percentuais e contínuas como médias com desvios-padrão ou medianas com intervalos
interquartis. Foram analisadas a sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo e negativo (VPP e VPN), e razões de verossimilhança (RV+ e RV-) do ITB.
Resultados: Entre os 105 participantes, a idade média foi de 58,5 anos, predominando o sexo
feminino (76,2%). Um total de 75,2% tinham DM diagnosticado há menos de dez anos. Cerca de 15,2% aderiam ao tratamento medicamentoso. Claudicação intermitente ocorreu em 7,6%.
Apenas 1,9% tinham úlceras de pé diabético e 3,8% apresentavam alguma amputação. A sensibilidade plantar protetora estava presente em 72,4%. No estudo de acurácia, 194 membros de 99 participantes foram avaliados, com prevalência de DAP de 15,98%. O ITB demonstrou
uma acurácia de 87,63%, com sensibilidade de 35,48%, especificidade de 97,55%, VPP de 73,33%, VPN de 89,83%, RV+ de 14,46 e RV- de 0,66.
Conclusões: Os achados sugerem que um resultado normal do ITB reduz, mas não elimina a possibilidade de DAP. A adoção de abordagens diagnósticas adicionais pode ser essencial para
aumentar a eficácia do rastreamento de DAP nesse grupo. Reconhecer as limitações do ITB e discutir estratégias de identificação mais precisas é crucial para um manejo eficaz da condição.
Discente Autor:
Docente Orientador:
Palavras-chave:
Doença Arterial Periférica, Diabetes Mellitus, Índice Tornozelo-Braquial, Epidemiologia, Rastreamento.
Banca examinadora:
Magno Conceição das Mercês
Vanessa Prado dos Santos
Fernando de Mello Almada Giuffrida
Marcelo Araujo
Dario Gregori
Argemiro D’oliveira Júnior (Suplente)
Arquivo:
Ano de publicação:
2024