AVALIAÇÃO FENOTÍPICA DOS LINFÓCITOS NOS DIFERENTES GRAUS DE FIBROSE PERIPORTAL SECUNDÁRIA À ESQUISTOSSOMOSE MANSONI - Dissertação de Mestrado 2013

Português, Brasil

A esquistossomose assume o segundo lugar em importância clínica e epidemiológica dentre as doenças parasitárias no mundo. A resposta imune do hospedeiro é considerada essencial na proteção e na patogênese da doença. A fase crônica é caracterizada pela produção de citocinas Th2, sendo as mesmas associadas ao desenvolvimento de fibrose periportal. Pouco se sabe sobre o fenotipo e o grau de ativação dos diferentes subtipos de células T no processo de fibrose. Objetivo: avaliar o fenótipo e o grau de ativação dos linfócitos T em pacientes esquistossomóticos com fibrose periportal. Método: Estudo de corte transversal, realizado no povoado de Água Preta, Gandu-Bahia, incluindo 37 indivíduos com fibrose periportal determinado por ultrassonografia. Quinze deles apresentavam fibrose incipiente, sete apresentavam fibrose moderada a grave e quinze não apresentavam fibrose. Células mononucleares do sangue periférico foram obtidas por gradiente de Ficcol-hypaque e a frequência de linfócitos TCD4+ e TCD8+ e a expressão dos marcadores de superfície CD28, CD69, CD25 e CTLA-4 foram determinadas por citometria de fluxo. Resultados: Não houve diferença significativa na frequência das células TCD4+ entre os pacientes com diferentes graus de fibrose periportal, entretanto, os indivíduos com fibrose moderada e grave apresentaram uma frequência menor de células TCD8+, comparados aos indivíduos sem fibrose ou com fibrose incipiente. A frequência de células TCD8+CD28+, bem como de células TCD4+CD69+ foi maior no grupo de pacientes com fibrose incipiente, em comparação com aqueles sem fibrose. Em relação à frequência das células TCD4+CD25Low, não houve diferença significativa entre os grupos de pacientes, entretanto, os indivíduos com fibrose moderada a grave apresentaram uma menor frequência de células TCD4+CD25High comparados àqueles sem fibrose ou com fibrose incipiente. A frequência de linfócitos TCD4+CTLA-4+ em indivíduos com fibrose moderada a grave foi também menor em relação aos indivíduos sem fibrose ou com fibrose incipiente. Conclusão: A alta frequência de células T ativadas nos pacientes com fibrose indica que estas células devem participar do processo de formação da fibrose periportal. Adicionalmente, a menor frequência de células T com o perfil regulatório nos pacientes com fibrose moderada a grave reforça a hipótese de uma falta de regulação da resposta imune nestes pacientes.

Palavras-chave: 
Esquistossomose, patogênese, fibrose periportal, linfócitos T.
Banca examinadora: 
Maria Olívia Ramos Bacellar, Artur Gomes Dias Lima, Karina Conceição Gomes Machado de Araújo
Ano de publicação: 
2013