“Coinfecções entre Leishmaniose Tegumentar, HIV, HTLV e parasitas intestinais: prevalência em uma área endêmica de Leishmaniose”
Introdução: As coinfecções podem interferir na progressão de doenças, favorecendo infecções latentes e acelerando a patologia, como na coinfecção do HIV e leishmaniose visceral, ou induz proteção, como entre HBV e o Plasmodium sp.. Neste projeto foram avaliadas a prevalência das coinfecções entre Leishmania sp., HIV, HTLV e parasitoses intestinais e a influência destas coinfecções na progressão da Leishmaniose Tegumentar (LT), assim como fatores agravantes. Metodologia: O estudo foi realizado com 2102 indivíduos (507 rurais e 1595 urbanos) em Jiquiriçá/BA, região endêmica para LT e esquistossomose. O estudo foi constituído de três blocos. O primeiro, foram realizadas ações educacionais, mapeamento, aplicação de questionários socioeconômicos e epidemiológicos, coleta de amostras de fezes/sangue e avaliação da hipersensibilidade tardia ao antígeno de Montenegro (IDRM). No segundo, as análises diagnóstico laboratorial para infecções (sorologia e teste confirmatório) e avaliação do perfil imunológico por CBA entre infectados e coinfectados. No terceiro, processamento dos dados obtidos, entrega de resultados, encaminhamento e acompanhamento dos portadores e/ou infectados. Resultados: Em todo estudo, foram diagnosticados 1 indivíduo com HIV e 6 indivíduos com HTLV. Na zona rural, dos participantes da pesquisa, 35.8% relataram diagnostico prévio de LT (DPLT) e 34.0% apresentaram IDRM positivo. Quando correlacionadas estas duas variáveis, foi visto que 8.2% dos indivíduos possuíam DPLT e IDRM negativo. Com este resultado, buscou-se, através de CBA, alterações no perfil das respostas imune Th1, Th2 e Th17, porém os níveis de todas as citocinas não tiveram significância estatística independentemente dos grupos. Foram detectados 11 tipos de parasitoses gastrointestinais distintas, características de zona rural ou áreas com saneamento básico precário, que totalizaram 63.9% dos participantes. Os parasitos gastrointestinais que mais se destacaram foram o Schistosoma mansoni (27.7%), Ascaris lumbricoides (17,9%) e Trichuris trichiura (14,9%). Dos infectados com qualquer tipo de parasitose gastrointestinal 35.8% apresentavam associações entre parasitos, variando de 1 (uma) a 3 (três) coinfecções. A principal associação parasitária de importância médica foi entre a LT e a esquistossomose com 9.1% dos indivíduos. Assim, buscou-se por CBA alterações no perfil das respostas imune Th1, Th2 e Th17 dos indivíduos coinfectados, porém os níveis de todas as citocinas não tiveram significância estatística independentemente das coinfecções. Este é um subprojeto do estudo “MARCADORES MOLECULARES E COINFECÇÕES EM DOENÇAS INFECTOPARASITÁRIAS NO HOMEM” aprovados pelo edital PRONEX 2010 da FAPESB.