Influência das alterações das vias aéreas superiores no controle da asma grave: um estudo de corte transversal - Tese de Doutorado 2014
Introdução: A relação entre as vias aéreas superiores e a asma grave sem controle precisa ser mais bem compreendida. Os objetivos deste trabalho foram avaliar as prevalências das alterações das vias aéreas superiores e as suas associações com a asma grave sem controle (AGSC). Métodos: Trata-se de um estudo observacional com pacientes com asma grave (AG). Foram aplicados questionários sociodemográficos e clínicos relacionados a asma, a rinossinusite, e ao refluxo laringofaríngeo. Também foram realizados testes alérgicos cutâneos de leitura imediata por punctura e vídeo fibronasofaringolaringoscopia. Foi realizada análise estatística descritiva utilizando um modelo de regressão de Poisson para múltiplas variáveis, a fim de se obter razões de prevalência ajustadas e se identificar os perfis clínicos com maior e menor porcentagem da variável dependente: falta de controle da asma grave. Resultados: Os 64 pacientes selecionados foram classificados em dois grupos de acordo com o controle da asma. O grupo I foi composto por 27 indivíduos com asma grave controlada (AGC) e o grupo II, por 37 indivíduos com asma grave sem controle (AGSC). De toda a população, as mulheres eram 87,5% da população; com mediana da idade de 54 anos. A função pulmonar era similar nos dois grupos. Rinossinusite estava presente em 86% desta população. Foram detectadas associações relevantes entre AGSC e hiposmia (RP=2,04), hipersensibilidade aos anti-inflamatórios não hormonais (RP=1,45), a hiperemia nas aritenoides (RP=1,45), a história familiar positiva de asma (RP=1,35), o refluxo laringofaríngeo (RP=1,37), o início da asma com 10 anos ou mais (RP=0,59) e a presença de edema nas pregas vocais (RP=0,54). Conclusão: este estudo encontrou uma prevalência bastante alta de rinossinusite em pacientes com asma grave. Assim como associações entre AGSC e hiposmia, hipersensibilidade aos anti-inflamatórios não hormonais, hiperemia das aritenoides e refluxo laringofaríngeo. Também foram identificados perfis clínicos com maior risco de apresentar AGSC.