Prevalência e fatores de risco para sibilância em quatro comunidades da cidade de Salvador, Bahia - Dissertação de Mestrado 2014

Português, Brasil

INTRODUÇÃO: Sibilância é uma queixa muito comum nos primeiros anos de vida, quando recorrente causa números significativos de visitas em pronto atendimento. OBJETIVO: Estimar a prevalência de chiado (sibilância) em crianças menores que quatro anos e seus potenciais fatores de risco em quatro bairros da cidade de Salvador, Bahia. MÉTODOS: O estudo é do tipo corte transversal de base populacional. A amostra foi constituída pelas crianças com idade inferior a quatro anos, residentes em quatro comunidades da cidade de Salvador, Bahia. Os dados foram coletados em visita domiciliar com entrevista dos pais/responsáveis, e foram registrados em formulários padronizados. As questões utilizadas foram “Quantas vezes a criança teve sibilo no peito nos últimos 12 meses?” e a “Criança foi diagnosticada com asma pelo médico?” RESULTADOS: Das 1.534 crianças avaliadas, a média de idade foi 21 ± 14 meses, mediana 20 meses, respectivamente, (mínimo 3 dias; máximo 47 meses, 6,1% ˂ 2 meses); 780 (50,5%) eram meninos e 501 (32,7%; 95% IC: 30%-35%) apresentaram sibilo nos últimos 12 meses. Entre os sibilantes, 321 (64,1%) apresentaram sibilânica ocasional. No geral, 180 (12%; 95% IC: 10%-14%) relataram sibilância recorrente e 157(10,2%; 95% CI: 8.8%-11.9%) asma. Em crianças no primeiro, segundo, terceiro e quarto ano de vida, foi relatado sibilância, respectivamente, em 23%, 41%, 34%, e 37%. Foram encontrados história de doença atópica na mãe (17,5%), fumante em casa (21,8%) e baixo peso ao nascer (11%). A criança mais velha teve maior probabilidade de apresentar sibilância recorrente ou asma. Doença atópica na mãe foi independente associada com sibilância recorrente (RP ajustada [IC 95%]=1,54 [1,12-2,11]) e asma (RP ajustada [IC 95%]= 1,54 [1,10-2,16]). Fumante em casa (RP ajustada [IC 95%]= 1,34 [1,07-1,67]) e baixo peso ao nascer (RP ajustada [IC 95%]= 1,38 [1,05-1,81]) foram independente associados com sibilância ocasional. CONCLUSÃO: Um terço dos menores que 4 anos relataram sibilância; a história de doença atópica na mãe foi fator independente para sibilância recorrente e asma, presença de fumante em casa e baixo peso ao nascer foram fatores de risco independentes para sibilância ocasional.

Palavras-chave: 
1. Inflamação da via aérea; 2. Hiperresponsividade da via aérea; 3. Asma; 4. Bronquite; 5. Criança; 6. Fator de risco; 7. Sibilos; 8. Sibilância recorrente
Banca examinadora: 
Álvaro A. Cruz, Maria de Lourdes Bastos, Paulo Augusto Moreira Camargos
Ano de publicação: 
2014