Infecção comunitária por Staphylococcus aureus na faixa etária pediátrica num hospital universitário de Salvador, Bahia - Dissertação de Mestrado 2012
Introdução: o Staphylococcus aureus (S. aureus) adquirido na comunidade tem sido reconhecido como importante patógeno causador de grande variedade de infecções em crianças, desde simples infecções cutâneas até graves doenças invasivas. Objetivo: descrever a casuística de pacientes pediátricos com infecção comunitária por S. aureus e comparar os aspectos clínicos na admissão e na evolução dos pacientes com infecção por cepas de S. aureus meticilino- sensíveis (MSSA) e S. aureus meticilino-resistentes (MRSA). Metodologia do estudo: estudo de coorte retrospectiva, que incluiu pacientes com idade < 20 anos, admitidos no Centro Pediátrico Professor Hosannah de Oliveira da Universidade Federal da Bahia, de novembro de 1994 a dezembro de 2005. Tais pacientes tiveram isolamento de S. aureus em fluido normalmente estéril e apresentaram infecção caracterizada como comunitária, segundo o critério do CDC (Centers for Disease Control and Prevention), 2010. A análise univariada incluirá Teste t de student e Mann – Whitney U para comparação de variáveis contínuas, conforme o mais apropriado. Variáveis categóricas foram comparadas através do Teste de Fisher. Todos os testes foram bicaudais com nível de significância de 5%. Resultados: foram encontrados 90 casos de infecção comunitária por S. aureus, dos quais 59 (66%) eram do sexo masculino e a mediana de idade foi de 2 anos. A maioria (87%) dos pacientes foi hospitalizada e co-morbidade estava presente em 27 casos (30%). Do total de casos, 34 (37,8%) pacientes tiveram infecção cutânea e de tecidos moles e 56 (62,2%) apresentaram infecção invasiva. 4 (5,1%) pacientes foram transferidos para unidade de terapia intensiva (UTI) e 2 (2,6%) óbitos foram constatados. Complicações foram detectadas em 17 (18,9%) casos, tais como: derrame pleural (41,2%), osteomielite (23,5%) e sepse (17,6%). Seis (6,7%) cepas de MRSA foram identificadas. Não houve diferenças significativas nas características gerais e desfecho clínico nos pacientes infectados por MRSA ou MSSA. Aproximadamente 93% dos pacientes foram tratados com antibióticos sistêmicos, sendo que 59 (65,5%) usaram cefalotina ou oxacilina. 4 casos de bacteremia por MRSA melhoraram da condição clínica, mesmo sem ter usado vancomicina como opção terapêutica. Conclusão principal: observa-se morbidade e óbito na infecção comunitária causada por cepas MRSA ou MSSA neste centro pediátrico.