Tromboembolismo venoso após o transplante pulmonar em adultos: Um evento frequente e associado a uma sobrevida reduzida - Tese de Doutorado 2018
Português, Brasil
TROMBOEMBOLISMO VENOSO APÓS O TRANSPLANTE PULMONAR EM ADULTOS: UM EVENTO FREQUENTE E ASSOCIADO A UMA SOBREVIDA REDUZIDA. Introdução:
A incidência de tromboembolismo venoso (TEV) após o transplante de pulmão varia significativamente nos estudos publicados. Dois desses estudos sugerem que esses eventos trombóticos são associados a uma sobrevida mais curta pós- transplante. No presente estudo, nós buscamos determinar a incidência, os preditores e o impacto do TEV na sobrevida pós-transplante em um centro de
referência quaternário. Objetivo: Verificar se o TEV é preditor de mortalidade após o transplante de pulmão. Desenho do estudo: Coorte retrospectiva. Material e métodos: Este estudo analisou uma ampla coorte de receptores de transplante de pulmão. Os desfechos principais foram o tempo para ocorrência de TEV e a sobrevida pós-transplante. O diagnóstico de trombose venosa profunda (TVP) foi realizado através de ultrassom. O diagnóstico de tromboembolia pulmonar (TEP) foi realizado através de angiotomografia de tórax ou cintilografia pulmonar de ventilação/perfusão. Resultados: A incidência de TEV entre os 701 receptores de transplante de pulmão foi 43,8%, dentre os quais 97,7% foram episódios de TVP, e destes, 71,3% ocorreram nas extremidades superiores. Os preditores de TEV foram 4 história pregressa de TVP (HR 2,82, IC 95% 1,49-5,37), dias cumulativos em unidade de tratamento intensivo (HR 1,01, IC 95% 1,01-1,02), e uso de oxigenação por membrana extracorpórea (HR 2,22, IC 95% 1,43-3,45). De modo relevante, TEV (tanto dentro de 30 dias quanto depois de 30 dias de transplante) apresentou associação independente com mortalidade pós-transplante (HR 1,70, IC 95% 1,28- 2,26). Localizações anatômicas da TVP, como em membros superiores ou abaixo do joelho também apresentaram associação com mortalidade. Conclusão: TEV foi
frequente em pacientes submetidos a transplante de pulmão. TEV foi também preditor de uma sobrevida mais curta pós-transplante, mesmo quando localizado nos membros superiores ou abaixo do joelho. Estudos adicionais são necessários para investigar o melhor esquema de rastreamento e tratamento do TEV nesta população.
Discente Autor:
Docente Orientador:
Palavras-chave:
1. Transplante de pulmão; 2. Tromboembolia venosa.
Banca examinadora:
Paulo Novis Rocha (Presidente/orientador)
Álvaro Augusto Souza da Cruz Filho
Gustavo Almeida Fortunato
Eduardo Sahade Darze
Luiz Eduardo Fonteles Ritt
Ana Tereza Rocha (suplente).
Arquivo:
Ano de publicação:
2018