Introdução: A mielopatia associada ao vírus linfotrópico humano de células T tipo I(HTLV-I) está relacionada à exarcebação da resposta imunológica e aumento da carga pró-viral. A disfunção erétil (DE) é muito prevalente em indivíduos infectados pelo HTLV-1 e admite-se que esta manifestação esteja relacionada à infecção viral. Objetivo: Avaliar se alterações da resposta imunológica e da carga pró-viral estão relacionados com a DE associada à infecção pelo HTLV-I. Desenho do estudo: Estudo de corte transversal em pacientes infectados pelo HTLV-I. Material e Métodos: 185 homens com idade entre 18 e 70 anos, sorologia positiva para o HTLV-I confirmada pelo Western Blot e sem mielopatia associada ao HTLV-I foram avaliados no período de Janeiro de 2004 a Dezembro de 2010 no Ambulatório Multidisciplinar de HTLV do HUPES/UFBA. Os indivíduos foram divididos em dois grupos: Grupo 01 composto de indivíduos infectados pelo HTLV-I com DE; Grupo 02 composto de indivíduos infectados pelo HTLV-I sem DE. As concentrações de IFN-, TNF- e carga pró-viral foram comparadas entre os dois grupos. Foram excluídos do estudo pacientes com HAM/TSP, diabetes melitus, hipertensão, deficiência androgênica, usuários de prótese peniana, portadores de patologias neurológicas ou psiquiátricas, passado de cirurgias pélvicas de grande porte ou traumas raquimedulares. Todos foram avaliados por um urologista e um neurologista. Para avaliação de DE, foi aplicado o Índice Internacional de Função Eréctil resumido (IIEF-5), e foram definidos os portadores de DE quando o IIEF-5 foi ≤ 21. Todos os pacientes foram classificados na escala EDSS (Expanded Disability Status Scale) por um neurologista. Resultados: A prevalência de DE na população estudada foi de 41% e a média da idade 49 anos. O grupo de pacientes com DE apresentou concentrações mais altas de TNF-α, IFN-ᵧ em relação aos indivíduos do grupo sem DE, porém essa diferença não foi estatísticamente significante (p=0,57 e 0,69, respectivamente). Entretanto, quando a carga pró-viral foi comparada entre os grupos, esta foi maior no grupo dos pacientes com DE, e a diferença foi estatisticamente significante (p=0,02). Ao estratificar-se a DE em leve, moderada e grave as concentrações de TNF-α, IFN-ᵧ e carga pró-viral não foram diferentes entre as categorias (p=0,67; 0,25 e 0,09, respectivamente). Porém houve uma tendência de elevação na carga pró-viral à medida que a DE se tornava mais grave. Conclusões: Pacientes com DE e infecção pelo HTLV-I apresentam carga pró-viral mais elevada do que pacientes sem DE. As concentrações de TNF-α, IFN-ᵧ são semelhantes em indivíduos com e sem DE e infecção pelo HTLV-I.