Introdução: O pé diabético é uma complicação grave, com incidência crescente globalmente, sendo a principal causa de hospitalizações entre pessoas com diabetes. Recentemente o seu conceito foi atualizado, trazendo à luz a importância da detecção precoce de alterações e da prevenção para melhorar os resultados clínicos. Objetivo: Estimar a prevalência e os fatores associados a perda de sensibilidade plantar e doença arterial periférica em indivíduos diabéticos de uma comunidade de Salvador- Ba. Métodos: Realizou-se um estudo de corte transversal exploratório e analítico com 116 indivíduos diagnosticados com DM. Foram realizados entrevistas e exame clínico dos pés para delinear o perfil sociodemográfico e a presença de comorbidades. Os desfechos incluíram a perda da sensibilidade plantar, doença arterial periférica. Procedeu-se a análise descritiva e comparação das prevalências de complicações relacionadas do Pé Diabético. Para verificar os fatores associados às variáveis desfechos, empregou-se a análise de regressão logística múltipla exploratória. Resultados: A maioria dos participantes era do sexo feminino (76,7%), negra (97,4%), com baixa renda e escolaridade. A prevalência de perda de sensibilidade plantar, doença arterial periférica, úlceras e amputações foram de 25%, 11,3%, 1,3% e 3,4%, respectivamente. A neuropatia periférica teve maior incidência no sexo masculino e diagnóstico de DM estabelecido há mais de 5 anos e a doença arterial periférica foi associada a baixa escolaridade e tabagismo. A baixa adesão terapêutica foi evidenciada, assim como descontrole glicêmico e dislipidemia em uma proporção significativa da amostra. O sexo masculino e o tempo de diagnóstico superior a 5 anos foram associados à maior prevalência de neuropatia periférica e a baixa escolaridade e tabagismo foram fatores de risco para a doença arterial periférica. Também foi observada baixa adesão ao tratamento e descontrole glicêmico em boa parte da amostra. Conclusão: A alta prevalência de complicações sugere a necessidade de maior foco na prevenção e manejo de fatores de risco, como tempo prolongado de diagnóstico, baixa escolaridade e tabagismo, para reduzir complicações graves como úlceras e amputações.