Introdução Estudos longitudinais apontam fortes evidências entre Síndrome de Burnout (SB) e diabetes tipo 2, obesidade, adiposidade abdominal, hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia, hipertensão arterial, hospitalização por doença arterial coronariana e outros. Até onde sabemos, na população de profissionais de Enfermagem da Atenção Primária à Saúde (APS) a associação entre SB e Síndrome Metabólica (SM) não foi investigada. Nosso principal objetivo foi avaliar a associação entre SB e SM entre Profissionais de Enfermagem da APS de um estado brasileiro. Método Foi realizado um estudo transversal, confirmatório, multicêntrico e de base populacional, conduzido no estado da Bahia, Brasil, com 1125 profissionais de Enfermagem da APS. Burnout was measured using the Maslach Burnout Inventory e a SM foi avaliada segundo os critérios da National Cholesterol Education Program’s Adulat Treatment Panel III. Procedeuse análise descritiva, bivariada e multivariada estratificada por sexo. Resultados As prevalências da SB e SM corresponderam a 18,3% e 24,4%, respectivamente. Entre as mulheres a prevalência da SB foi de 16,4% e da SM 23,7%, nos homens foram 31,6% para SB e 29,4% para SM. Na análise bivariada, no grupo das mulheres, percebeu-se maior exposição à SM, estatisticamente significante, entre aquelas: com idade ≥ 36 anos (RPbruta= 1,77; IC95%= 1,40-2,24), Técnicas de Enfermagem (RPbruta= 1,65; IC95%= 1,28-2,13), que não realizavam atividade física (RPbruta= 1,39; IC95%= 1,11-1,75) e usavam bebida alcoólica (RPbruta= 1,9; IC95%= 1,20-3,00). No grupo dos homens, não foram encontradas associações estatisticamente significantes. Os homens com SB apresentam 3,23 vezes maior probabilidade de desenvolver SM, e as mulheres 1,48 vezes mais. Conclusão A SB foi associada entre homens e mulheres e exibiu um bom poder discriminatório para predizê-la. Dessa forma, os achados sinalizam para uma contribuição de fatores laborais na trilha causal da SM no grupo estudado. Assim, considerando a alta prevalência de SB nesses indivíduos, parece claro que estratégias voltadas a atenuar os efeitos adversos do trabalho em profissionais de Enfermagem podem ter um efeito positivo na prevenção à SM.