Tratamento da Leishmaniose Cutânea: associação de uma droga leishmanicida com imunoterapia tópica - Tese de Doutorado 2018

Português, Brasil
Objetivo: Avaliar a resposta terapêutica e produção de citocinas inflamatórias
de pacientes com leishmaniose cutânea (LC) no tratamento com uma droga
leishmanicida associada a imunoterapia tópica.
Métodos:
1. No 1º ensaio clínico, 36 pacientes com LC e 14 pacientes com
leishmaniose cutânea recente (LCR) foram randomizados em dois
grupos terapêuticos e tratados com antimonial pentavalente (Sbv)
associado ao Derivado do Immucillin de 4ª Geração (DI4G) de uso
tópico ou com o antimonial pentavalente associado ao placebo tópico. A
determinação da produção de IFN- por células mononucleares do
sangue periférico de pacientes com LC foi realizada pela técnica de
ELISA nos dias 0 e 15.
2. No 2º ensaio clínico, 48 pacientes com LC foram randomizados em 03
grupos de tratamento: Miltefosina (MF) associada ao Fator Estimulador
de Colônias de Granulócitos e Monócitos (GM-CSF), MF associada ao
placebo tópico, e antimonial pentavalente. A determinação da produção
de IFN-, TNF -α, IL-10 e IL-1β por células mononucleares do sangue
periférico de pacientes com LC foi realizada pela técnica de ELISA nos
dias 0 e 15.
Resultados: O Ensaio clínico 1 não evidenciou diferenças no desfecho
terapêutico entre o grupo que usou DI4G associado ao Sbv com o grupo
controle que usou placebo associado ao Sbv nas duas formas clínicas. A taxa
de cura final em ambos os grupos nos pacientes com LC foi 56% (p=1,0). A
cura final nos pacientes com LCR foi 29% no grupo DI4G e Sbv e de 57% no
grupo placebo (p=0,2). O DI4G na concentração de 2% administrado por via
tópica na lesão cutânea por 20 dias associado ao tratamento com Sbv não
interferiu na produção de IFN- por células mononucleares do sangue periférico
de pacientes com LC nos dias 0 e 15.
O Ensaio clínico 2 mostrou uma maior taxa de cura dos grupos MF+
GM-CSF (82%) e MF+ placebo (77%) quando comparados ao grupo Sbv (36%)
(p=0,013). A necessidade de tratamento de resgaste foi mais alta no grupo Sbv
(64%) quando comparada aos grupos MF+ GM-CSF (12%) e MF+ placebo
(24%) (p=0,008). Houve um aumento significativo da produção de IL-1β em
todos os grupos, MF+GM-CSF (p=0,03), MF+ Placebo (p=0,03) e Sbv (p=0,01),
durante o tratamento.
Conclusões: 1. O DI4G associado ao Sbv não é superior ao Sbv isolado na
terapia da LC e da LCR. 2. A Miltefosina é mais eficaz que o antimonial
pentavalente no tratamento da LC por L. braziliensis em Corte de Pedra-BA.
3. O uso tópico do GM-CSF associado a Miltefosina não é superior a
Miltefosina isolada na terapia da LC por L. braziliensis.
Palavras-chave: 
1. Leishmaniose cutânea 2. Miltefosina 3. Leishmania (Viannia) braziliensis 4. GM-CSF 5. Immucillin 4. Glucantime.
Banca examinadora: 
Prof. Dr. Paulo Roberto Lima Machado, Doutor em Medicina - UFBA / UFBA (Presidente/orientador); Prof. Dr. Edgar Carvalho, Doutor em Medicina e Saúde/UFBA, UFBA; Profa. Dra. Maria Olivia Bacellar, Doutora em Imunologia/UFBA, UFBA; Profa. Dra. Maria Elisa Alves Rosa, Doutora em Ciências da Saúde/UFBA – Médica Dermatologista Alergodermoclin; Profa. Dra. Anette Chrusciak Talhari, Doutora em Doenças Tropicais e Infecciosas/Universidade do Estado do Amazonas, Pesquisadora da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas
Ano de publicação: 
2018