ANÁLISE DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DA ESCALA COMPORTAMENTAL DE QUEDAS (FaB-BRASIL) PARA INDIVÍUOS APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL - Dissertação de Mestrado 2023.1

Português, Brasil
Diversos fatores de risco para quedas após AVC estão descritos na literatura internacional, entre eles, os fatores comportamentais podem contribuir para o risco de queda. A Falls Behavioural Scale (FaB) ainda não foi validada na população após AVC. Objetivos: Validar a Escala Comportamental de Quedas (FaB-Brasil) para indivíduos após AVC.
Métodos: Trata-se de um estudo de corte transversal realizado com indivíduos após AVC, recrutados no Ambulatório docente - assistencial de um hospital público da cidade de Salvador, Bahia. Foram incluídos indivíduos maiores de 18 anos com diagnóstico clínico-radiológico de AVC isquêmico ou hemorrágico, independente do número de eventos e que apresentavam marcha independente. Foram excluídos indivíduos com comprometimento cognitivo determinado pelo Mini Exame do Estado Mental. Foram também excluídos portadores de privação sensorial visual ou auditiva grave, vestibulopatias e outras doenças neurológicas ou ortopédicas que pudessem afetar o equilíbrio e a mobilidade, além daqueles incapazes de deambular de forma independente. Uma ficha de avalição foi elaborada pelos pesquisadores, contendo informações sobre as características sociodemográficas, clínicas e funcionais dos participantes do estudo, além de números de quedas nos últimos 12 meses. A mobilidade comunitária foi avaliada de acordo com o número de vezes que os indivíduos saíram de casa por semana. Em seguida foram utilizadas as seguintes escalas: a National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS), o Índice de Barthel Modificado (IBM), a FaB-Brasil, a Activities-Specific Balance Confidence (ABC), O EuroQuol 5-d, o Timed Up and Go (TUG) e o questionário Stroke Self Efficacy Questionnaire (SSEQ). Todos os instrumentos são validados para a populção brasileira. Foram coletados dados de 80 pacientes entre Agosto de 2018 e Outubro de 2022. Resultados: Observou-se que a maioria dos indivíduos era do sexo masculino (53,8%), com média de idade de 57,68 anos (13,2) e mediana da escolaridade de 9 anos (5 - 12). Destes, 62,5% tinham companheiros e a maioria (60%) não voltou ao trabalho após o AVC. Com relação aos aspectos clínicos, observou -se que o tempo médio de acidente vascular cerebral foi de 7 meses (4 - 13) e a mediana da gravidade, mensurada através do NIHSS, foi de 1 (0 - 3). A maioria dos indivíduos apresentou AVC isquêmico (88,2%), sendo o hemisfério cerebral direito o mais afetado (50,6%). De acordo com a mediana do IBM, o grupo avaliado era funcionalmente independente [49.5 IQ = (45 - 50)], tinha confiança moderada no equilíbrio mensurada através da ABC [56,29 IQ = (27,09)] e mediana do TUG de 13,01 (10,20 - 17,35). A maioria dos participates (70,5%) não relatou episódios de quedas nos últimos 12 meses . O SSEQ, apresentou média de 30,53 (6,47) e a FaB-Brasil 3,03 (0,47). A FaB-Brasil apresentou boa concordância inter-examinadores (índice de correlação intraclasse= 0,865; p < 0,001). Além disso, apresentou correlações significativas com a gravidade do AVC, capacidade funcional, confiança no equilíbrio, qualidade de vida, mobilidade funcional, mobilidade comunitária e com as dimensões da própria FAB-Brasil (p<0,05 para todas as comparações). Conclusão: A FaB-Brasil para indivíduos após AVC apresentou boa confiabilidade interna e interexaminadores; e correlação com dimensões funcionais após o AVC.
Docente Orientador: 
Palavras-chave: 
1. Acidente Vascula Cerebral; 2. Comportamento de Risco; 3. Quedas
Banca examinadora: 
Jamary Oliveira Filho (Presidente/orientador) Pedro Antônio Pereira de Jesus Carla Ferreira do Nascimento
Ano de publicação: 
2023