Avaliação da resposta anti Leishmania em indivíduos assintomáticos e em indivíduos curados em uma área endêmica para Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) - Dissertação de Mestrado 2014

Português, Brasil

 Introdução: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) está entre as seis doenças prioritárias conforme a Organização Mundial de Saúde, acometendo cerca de 1 a 1,5 milhões de casos de indivíduos em todo o mundo, principalmente aqueles residentes em áreas tropicais e subtropicais do planeta. No Brasil, a LTA apresenta ampla distribuição com registro de casos em todas as regiões, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país. Na Bahia a LTA tem a região Sudeste como circuito de produção mais importante, onde o distrito de Florestal, município de Jequié-Ba, destaca-se pela alta incidência da LTA nesta região nos últimos anos, representando 55,2% dos casos ocorridos no município. Nas infecções por Leishmania o hospedeiro pode desenvolver uma resposta imunológica específica, caracterizada pelo aumento de células T CD4+ e um perfil de citocinas Th1, demonstrado por teste in vivo, intradermorreação de Montenegro (IDRM) positiva e testes in vitro, como a produção de altos níveis de IFN-γ, TNF-α e desenvolvimento de lesão tecidual. A IDRM é amplamente usada para diagnóstico da LTA em pacientes com lesões cutâneas típicas e também tem sido usada para mensurar exposição à infecção por Leishmania. No entanto, existem indivíduos que vivem em áreas endêmicas que são infectados por L. braziliensis, mas que controlam a infecção e não desenvolvem doença. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar a persistência da imunidade celular em indivíduos assintomáticos e curados na leishmaniose cutânea. Materiais e métodos: Uma sub população de uma coorte de indivíduos de uma área endêmica para Leishmaniose Cutânea (LC) foi caracterizada em termos de IDRM e antecedentes médicos de LC. Nós obtivemos amostras de sangue, bem como realização do teste da resposta de intradermorreação de Montenegro (IDRM) em 2006, na qual foi repetida essa avaliação em 2011. Em seguida, estabeleceu 4 grupos de indivíduos com base em seu status na avaliação de 2006 e 2011: indivíduos com histórico de LC (LC+), IDRM positivo (IDRM +) em 2006 e IDRM+ em 2011(n = 11); LC-, IDRM+ e IDRM+ (n=10); LC-, IDRM- e IDRM+ (n = 12) e LC-, IDRM-, IDRM-(n = 14). Em 2011, as células mononucleares do sangue periférico (PBMCs) foram obtidas de todos os grupos e estimuladas in vitro com antígeno de Leishmania para determinar a produção de citocinas. Resultados: Em 2011, após cinco anos da avaliação inicial (2006) indivíduos LC+ e LC- com IDRM+ em ambos os períodos, produziram altos níveis de IFN-γ, TNF-α e IL-2 do que aqueles que foram LC-, IDRM- em 2006 e apresentaram IDRM+ em 2011 e os LC- e IDRM- nos dois períodos. Além de ter encontrado uma correlação significante entre a IDRM e producão das citocinas acima. Conclusão: Dessa forma podemos concluir que a resposta imune celular in vivo e in vitro de indivíduos com a forma assintomática da doença é tão potente e duradoura quanto a de indivíduos com passado de leishmaniose cutânea.

Docente Orientador: 
Palavras-chave: 
1. Leishmaniose Cutânea; 2. Resposta imune; 3. IDRM
Banca examinadora: 
Maria Olívia Ramos Bacellar, Washington Luis Conrado dos Santos, Roque Pacheco Almeida
Ano de publicação: 
2014