Contribuição das diferentes subpulações de monócitos para a resposta inflamatória na leishmaniose cutânea - Dissertação de Mestrado 2012

Português, Brasil

A leishmaniose cutânea (LC) é uma doença parasitária inflamatória caracterizada pela presença de lesões ulceradas na pele. Pacientes com LC infectados por L. braziliensis produzem altos níveis de TNF, citocina que contribui para dano tecidual e desenvolvimento da úlcera. Infiltrado de células mononucleares é encontrado na lesão de pacientes com LC, com presença de linfócitos T e B e fagócitos mononucleares. A maioria dos trabalhos tem dado ênfase à resposta imune das células T e pouca atenção tem sido dada para a contribuição de monócitos na imunopatologia observada na LC. Recentemente, três subpopulações de monócitos, foram descritas baseadas na expressão das moléculas CD14 e CD16: Monócitos clássicos (CD14++CD16-), intermediários (CD14+CD16+) e não-clássicos (CD14++CD16+). Objetivo deste estudo foi caracterizar fenotipicamente e funcionalmente as subpopulações de monócitos de pacientes com LC. Material e Método: Células mononucleares do sangue periférico foram obtidas de indivíduos sadios, pacientes com leishmaniose cutânea com lesão recente (LCR) e paciente com leishmaniose cutânea com úlcera estabelecida. A caracterização das subpopulações de monócitos foi determinada por citometria de fluxo. Resultados: Nós observamos que a frequência das populações de monócitos intermediários e não-clássicos estavam aumentadas em indivíduos com LCR e em pacientes com LC. Expressão de MHC classe II foi aumentada em monócitos intermediários, sugerindo que essas células podem apresentar antígeno para células T. Também observamos que monócitos clássicos e intermediários produzem mais TNF que os não-clássicos em resposta a antígeno solúvel de Leishmania e LPS. CCL2 é uma quimiocina conhecida por desempenhar importante papel na resposta imune contra Leishmania, sendo observada que frequência de monócitos expressando CCL2 foi significantemente maior no sangue periférico de pacientes com LC quando comparados aos indivíduos sadios, indicando que células expressando CCL2 podem migrar para o sítio da lesão. Análises de biópsias de pacientes com LC mostraram que a população de monócitos predominante encontrada na lesão desses indivíduos são os monócitos não-clássicos .Conclusão: A identificação de células que contribuem para a imunopatologia observada na LC pode ajudar para desenvolver novas formas de imunoterapia para essa doença.

Docente Orientador: 
Palavras-chave: 
leishmaniose, imunopatologia, subpopulações de monócitos
Banca examinadora: 
Jamary Oliveira Filho, Luciana Santos Cardoso, Lis Ribeiro do Valle Antonelli
Ano de publicação: 
2012