Efeitos de um treinamento muscular inspiratório no desempenho de marcha de indivíduos após acidente vascular cerebral - Dissertação de Mestrado 2020

Português, Brasil
Introdução: Indivíduos após acidente vascular cerebral (AVC) podem cursar com fraqueza muscular respiratória, estando essa condição associada a mais baixos níveis funcionais. Objetivos: Identificar os efeitos do treinamento muscular inspiratório (TMI) na força e endurance muscular respiratória, desempenho funcional da marcha, atividades da vida diária e qualidade de vida de indivíduos após AVC, participantes de um programa de reabilitação. Casuística e métodos: trata-se de um ensaio clínico randomizado, controlado, duplo cego, realizado em um Hospital de Reabilitação em Salvador. Foram incluídos indivíduos após AVC, na fase crônica, não fumantes, sem déficit cognitivo, que apresentavam fraqueza muscular inspiratória. O grupo experimental (GE) realizou TMI com carga de 50% da pressão inspiratória máxima (Pimáx) 5 vezes porsemana, 30 minutos por dia, durante 6 semanas. O grupo controle (GC) realizou o mesmo protocolo, sendo o TMI com carga mínima (1cmH2O). Ambos os grupos realizaram fisioterapia motora, musculação e exercício aeróbico. Foram avaliados Pimáx, pressão expiratória máxima (Pemáx), endurance muscular inspiratória, distância percorrida no Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6), independência nas atividades da vida diária (Medida de Independência Funcional) e a qualidade de vida (EuroQuol 5D) antes e imediatamente após-intervenção. Três meses após a intervenção, foram reavaliados Pimax, desempenho funcional de marcha e qualidade de vida. Resultados: Cinquenta indivíduos foram incluídos, sendo 27 alocados no GC e 23 no GE. As características físico-funcionais basais foram semelhantes nos dois grupos. Comparado ao GC, o GE aumentou a endurance inspiratória (23 versus 7 cmH2O, p = 0,034), mas não houve diferença entre Pemáx (14,0 versus 5 cmH2O, p = 0,102) e Pimáx (27,1 versus 18,9cmH2O, p = 0,164). Ambos os grupos aumentaram a distância percorrida no TC6 (63 versus 67m, p = 0,803), independência nas atividades diárias, mas não houve diferença entre
o GE e o GC. Após 3 meses de TMI, os ganhos na Pimáx, desempenho funcional de marcha e qualidade de vida foram mantidos em ambos os grupos. Conclusões: O TMI melhora a endurance muscular inspiratória, mas não acrescenta ganhos na Pimáx, Pemáx, desempenho da marcha, independência nas atividades diárias ou qualidade de vida dos indivíduos após AVC, participantes de um programa de reabilitação.
Docente Orientador: 
Palavras-chave: 
Acidente Vascular Cerebral; Marcha; Exercícios Respiratórios; Músculos Respiratórios; Qualidade de Vida; Atividades Cotidianas.
Banca examinadora: 
Jamary Oliveira Filho (Presidente/orientador) Pedro Antônio Pereira de Jesus Luciana Bilitário Macedo Paulo Novis Rocha (Suplente)
Ano de publicação: 
2020