Preditores de quedas em indivíduos com doença de Parkinson em um ambulatório de referência - Tese de Doutorado 2016

Português, Brasil
Introdução: A incidência de quedas é alta em pessoas
com doença de Parkinson (DP), sendo necessário investigar fatores preditivos. Objetivos: (i)
determinar preditores de quedas (≥ 1 queda) e de quedas recorrentes (≥ 2 quedas) em pessoas
com DP sem história de quedas no último ano; (ii) comparar a acurácia de medidas de
autoeficácia e medidas de desempenho de equilíbrio para predição de quedas recorrentes em
pessoas com DP; e (iii) identificar preditores de quedas recorrentes, a fim de desenvolver uma
escala preditiva de quedas específica para esta população. Desenho do estudo: Coorte
prospectiva. Material e Métodos: Indivíduos com DP foram avaliados através de medidas de
gravidade da doença, autoeficácia e desempenho do equilíbrio e mobilidade, e foram
acompanhados durante um ano para verificar a ocorrência de quedas. Regressão logística uni
e multivariada, área sob a receiver operating characteristic curve (AUC), curvas de Kaplan-
Meier e regressão de Cox foram realizadas. Resultados: Dentre os indivíduos com DP sem
história de quedas no último ano, 40 (31%) tiveram quedas durante o seguimento e 21 (16%)
tiveram quedas recorrentes. Incapacidade foi preditor independente de quedas (escala Schwab
& England, Odds Ratio [OR]=0,56 para cada 10 pontos de aumento; intervalo de confiança
[IC] 95% 0,39–0,80; p=0,002) e quedas recorrentes (Unified Parkinson’s Disease Rating Scale,
seção de atividades de vida diária, OR=1,20; IC 95% 1,07–1,34; p=0,001) no modelo
multivariado final. Dentre os indivíduos com DP, com ou sem história de quedas no último
ano, 84 (37%) tiveram quedas recorrentes. A AUC das medidas de autoeficácia variou de 0,73-
0,74 e a das medidas de equilíbrio de 0,72-0,79, sem diferença estatisticamente significativa
entre elas (p>0,05). Baseado no modelo Cox, uma escala preditiva foi desenvolvida incluindo
os seguintes preditores independentes: história de quedas recorrentes no último ano, flutuações
motoras e incapacidade (AUC=0,84; IC 95% 0,78-0,90). Uma segunda escala foi proposta ao
acrescentar dose equivalente de levodopa e alteração do equilíbrio (AUC=0,86; IC 95% 0,81-
0,92). Conclusões: Incapacidade foi o único preditor independente de quedas e quedas
recorrentes em indivíduos com DP sem história de queda no último ano. Observou-se que, em
indivíduos com DP, com ou sem história de queda, a acurácia das medidas de autoeficácia para
predição de quedas recorrentes foi moderada e similar àquela encontrada para medidas de
desempenho do equilíbrio. Duas escalas, com acurácia moderada a alta, podem identificar
indivíduos com DP como tendo baixo, moderado e alto risco de quedas recorrentes.
Docente Orientador: 
Palavras-chave: 
1.Doença de Parkinson; 2.Equilíbrio postural; 3.Acidentes por Quedas
Banca examinadora: 
Paulo Novis Rocha, Pedro Antonio Pereira de Jesus, Helena Maria Fraga Maia, Henrique Ballalai Ferraz, Maria Elisa Pimentel Piemonte
Ano de publicação: 
2016