Validação externa de duas escalas preditivas de quedas recorrentes em pessoas com Doença de Parkinson - Tese de Doutorado 2022

Português, Brasil

Quedas em indivíduos com doença de Parkinson (DP) são frequentes e muitas vezes recorrentes (≥ 2 quedas), sendo uma importante fonte de incapacidade nessa população. Duas escalas preditivas foram desenvolvidas recentemente e mostraram acurácia moderada a alta para predição de quedas recorrentes nos próximos 12 meses. A escala 1 composta por 3 preditores (AUC = 0,84; IC de 95% 0,78–0,90) inclui história de ≥ 2 quedas no último ano, flutuações motoras e incapacidade (Unified Parkinson's Disease Rating Scale, seção de atividades da vida diária (UPDRS AVD) > 12 pontos ou Movement Disorders Society (MDS) UPDRS, seção de aspectos motores de experiências da vida diária (M-EVD) >14 pontos) e a escala composta por 5 preditores (AUC = 0,86; IC de 95% 0,81–0,92) inclui esses três preditores mais a dose equivalente de levodopa (DEL)> 700 mg / dia e escala de equilíbrio de Berg ≤ 49 pontos. Ambas as escalas precisam ser validadas externamente para assegurar a sua generalização, precisão e utilidade clínica. Objetivo: Validar externamente duas escalas preditivas de quedas recorrentes nos próximos 12 meses em pessoas com DP. Material e Métodos: Foram incluídos 156 participantes com DP e acompanhados por 12 meses para verificar a ocorrência de quedas recorrentes. Dados demográficos e clínicos, incluindo história de ≥ 2 quedas no ano anterior, sintomas de DP e medicamentos em uso, incluindo DEL, foram registrados. Os participantes foram avaliados pela UPDRS AVD, MDS-UPDRS M-EVD e escala de equilíbrio de Berg. Análises de regressão logística multivariada foram realizadas e a acurácia das escalas preditivas foi determinada pela área abaixo da curva ROC. Resultados: 46 (29,5%) participantes relataram ≥ 2 quedas durante o acompanhamento de 12 meses. Ao considerar a UPDRS AVD como variável preditiva, os modelos multivariados mostraram que apenas história de ≥ 2 quedas no último ano e flutuações motoras foram preditores independentes de quedas recorrentes em ambas as escalas. Ao considerar a MDS-UPDRS M-EVD, a variável história de ≥ 2 quedas no último ano foi preditor independente de quedas recorrentes em ambas as escalas e flutuações motoras foi um preditor independente de quedas recorrentes apenas na escala com três preditores. A escala com 3 preditores teve uma AUC = 0,71; IC 95% 0,63-0. A escala de 5 preditores teve uma AUC = 0,69; IC de 95% 0,60-0,77. Substituindo a UPDRS AVD pela MDS-UPDRS M-EVD, a escala com 3 preditores teve uma AUC = 0,74; IC 95% 0,65-0,82. A escala 2 com 5 preditores teve uma AUC = 0,71; IC de 95% 0,63-0,80. Conclusão: Ambas escalas tiveram acurácia moderada para predição de quedas recorrentes os próximos 12 meses em pessoas com DP.

Docente Orientador: 
Palavras-chave: 
Doença de Parkinson; Quedas acidentais; Predição
Banca examinadora: 
Jamary Oliveira Filho (Presidente/orientador) Pedro Antônio Pereira de Jesus Elen Beatriz Carneiro Pinto Cristiane Maria Carvalho Costa Dias Clynton Lourenço Corrêa Guilherme Teixeira Valença (Suplente)
Ano de publicação: 
2022